sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

oleiro amoroso

As palavras de Alexandre França sobre Rodrigo Madeira definem para mim o próprio ato de fazer poesia "como se aqueles versos fossem as últimas palavras de um doente terminal". Afinal, Madeira não é daqueles que escrevem para ficar, meu amor, como ele mesmo diz: "escrevo para ir embora":
de fazer-te estátua,
entre bruma e arpejos
quebrei-te com gosto,
com presta destreza.

de atirar-te aos cacos
no charco, entre juras,
beijos de dois gumes,
sem dó atirei-me.

de colher os cacos
para rejuntá-los
com a lama mesma,

imunda, te amei,
com gosto e destreza
sem dó, como nunca
Rodrigo Madeira

2 comentários:

Giuliano Gimenez disse...

pronto pra dar aula, mas o melhor dos mióris poemas é aquele sobre o tempo. longo e apocalíptico

C.J. disse...

versos de adeus... o simbolismo da saudade. rs