sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Eu indico o síndico

Quem viu o jô esses dias (tá, eu sei que o gordo é chato), viu o nelson motta falando da biografia do tim maia, entitualada "vale tudo", eu nem sabia que o síndico era triatleta (cheirava, fumava e bebia) e que aquela história de cuidado com o disco voador tinha a ver com as paranóias (só para nóias?) que o tim tinha morando sozinho no apartamento, seus amores: cães e putas, de todas as cores. E que ele era inimigo do rei... Também com aquele negócio de Jesus Cristo, Jesus Cristo, Jesus Cristo eu estou aqui quem é que agüenta? E nada chama mais atenção no chefe da tribo dos maias do que sua pira existencial, naquele tempo do fanatismo dele, tem até uma música que se chama "leia o livro 'universo em desencanto' ", que fica repetindo "leia... o livro... universo... em desencanto". Mas de racional ele não tinha nada! Tudo bem, chega de trocadilhos e embromations, é melhor ir direto ao site, mas lembrem: só não vale dançar homem com homem.

domingo, 25 de novembro de 2007

Ainda não cheguei no começo:

Santiago Dantas dizia que nossa cultura se desenvolvia dos ramos para o caule e do caule para as raízes, e por esta razão não havíamos chegado a elaborar uma cultura filosófica própria. (...) Antonio Cicero não corre atrás da última moda: seu livro mesmo prova que a fonte da atualidade não se encontra no contemporâneo mas no extemporâneo. O mundo desde o fim parte de uma interrogação sobre a existência de uma concepção moderna de mundo para refundir, numa vigorosa e lúcida discussão com Descartes, Kant, Hegel, Heidegger e Marx, os conceitos de modernidade e racionalidade. [RJ: Fco. Alves, 1995. (Zé?) Orelha]: achado num sebo em Curitiba.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Uma história de amor

“Se meus joelhos não... doessem mais...” – a mulher de olhar sonolento cantarola dentro do ônibus. No mesmo banco, o homem de rosto inchado dá golinhos na lata de Skol. São nove da manhã.
- Finalmente, Fofão – a mulher explode – finalmente você provou que me ama!
O homem resmunga alguma coisa entre as grandes maçãs do rosto. O silêncio brilha nos olhos dos passageiros.
- Eu acredito – a mulher ataca novamente – eu acredito que você me ama, Fofão. Não: eu sei que você me ama. – diz com voz embargada de choro. Em seguida ri ou soluça. O homem recebe o abraço sem outra expressão que a de torpor.
“Que me traga fé, traga fé...” – soa baixo e dissonante a voz no ônibus.
- Se você não me queresse, Fofão, eu ficava com o agiota, cheio de dinheiro, um carrão. Hi hi hic hiiiiii ôôôôô Fofão... Eu não quero ele não, quero você que é pobre, não é outro que eu quero, tudo nós lá em casa, minhas filha quer você, a Jéssica, a Roberta... Quê, Fofão? Quê? Aaaaaah! Nós é nós. (Pausa) Que nós, Fofão? Que nós?! Eu!!! Eu, Suzane! Diretoria!
O homem hesita, emenda a primeira sílaba na última, diz coisas ininteligíveis e de atropelo.
- Fala, Fofão, pode falar: quero ficar com a Suzane o resto da vida, vai.
Silêncio.
- Onde cê comprou isso, Fofão?
- Lá... no Aradalupe. Hic.
Pai e filha passam a catraca, a menininha tomando milk-shake de canudinho. Suzane dispara, histérica:
- Que fofa que fofa que fofa que fofa que fofa.
A menina, acostumada, agradece e sorri, o pai lança um olhar sério a Suzane, mas esta continua com ódio:
- Que fofa que fofa que fofa.
Pai e filha vão se sentar no fundo.
- Viu só, Fofão? Ah cala a boca! Também olha o diabo que tá do meu lado! Olha o demônio que tá comigo, é o homem que eu amo esse diabo, é o meu homem esse demônio. “Valeu a pena êh êh, valeu a pena ôh ôh”, é do Corinthians – diz cuspindo – é do timão, hehe. Eô! Eô! – grita. – Eu te amo, fofão, te amo, não vou ficar com o agiota.
(Otávio)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Patch Adams está vivo

Nesta segunda, o roda-viva exibiu entrevista (não diz muito aqui) com patch adams, que falou de neruda, paulo freire, augusto boal

"Tentei me matar, porque as pessoas não ligavam umas para as outras. Racistas? Há racistas, talvez sempre haja, mas porque os não-racistas não faziam nada? Eu não conseguia entender, fui para o sanatório duas vezes, aí pensei: não vou me matar, vou fazer revolução."

"Fui para a biblioteca estudar os homens que tinham feito as revoluções (OOOHH GHANDHI), descobri que não eram pessoas especiais, eram pessoas comuns que não se contentavam com o que viam. E o que todos eles tinham em comum? Tenho 38 livros de Neruda em minha biblioteca. De que Neruda fala? De que Paulo Freire fala? O... Augusto Boal?"

"A idéia de crítica se afastou tanto da idéia de pensamento, que temos de reiterar 'pensamento crítico' OOH!!!"

"Você me perguntou sobre pensamento positivo: para mim, PENSAR é positivo, não pensar é negativo."

etc. etc.

sábado, 3 de novembro de 2007

Carta de amor ao meu inimigo mais próximo

Parafraseando Oscar Wilde, posso dizer que não sou tão inteligente a ponto de ter inimigos, no entanto, pode ser que alguém mais inteligente que eu, vista a carapuça. Vamos a Gullar:

espero-te entre os dois postes acesos entre os dois apagados naquela rua onde chove ininterruptamente há tempo; procuro tua mão descarnada e beijo-a, o seu pêlo roça os meus lábios sujeitados a todos os palimpsestos egípcios; cruzas o mesmo vôo fixado num velho espaço onde as aves descoram e o vento seca retorcido pelo grave ecoar das quedas capilares; apalpo o teu cotovelo entediado, amor, teu cotovelo roído pelo mesmo ar onde os olhares se endurecem pela cicatrização das referências ambíguas, pela recuperação das audácias, pelas onomatopéias das essências; amor!, vens, cada sono, com tuas quatrocentas asas e apenas um pé, pousas na balaustrada que se ergue, como uma pirâmide ou um frango perfeito, do meu ombro à minha orelha direita, e cantas:

ei, ei, grato é o pernilongo aos
corredores desfeitos
ei, ei Ramsés, Ramsés brinca com
chatos seculares

bem, quero que me encontres esta noite na Lagoa Rodrigo de Freitas, no momento exato em que os novos peixes conheçam a água como não conheces jamais o ar nem nada, nada. Iremos, os dois, como um gafanhoto e um garfo de prata, fazer o percurso que nasce e morre de cada pé a cada marca, na terra vermelha dos delitos, queridinho!
Ferreira Gullar

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Futebol, Finados e um terceto


Apesar de meu time ter sido pentacampeão brasileiro, o assunto não merece existir, porque não teve a menor graça ser campeão antes da hora e com tanta vantagem. Ademais, não sou muito praticante. Outrossim, pela passagem da presente efeméride, quero falar de outra coisa: do pó.



Mão de obra


Minha mão passa

Pela poeira dos móveis

E fica grossa