Eu rezo Clarice Lispector":
"A porta para o interior da casa abriu-se finalmente e sua tia com um robe de flores grandes precipit
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- Pobre da órfãzinha! (...) Joana recebeu beijos angustiados pelos olhos, pela boca, pelo pescoço. A língua e a boca da tia eram moles e mornas como as de um cachorro. Joana fechou os olhos um instante (...) Os seios da tia eram profundos, podia-se meter a mão como dentro de um saco e de lá retirar uma surpresa, um bicho, uma caixa, quem sabe o quê...
- Me deixe! - gritou Joana agudamente (...) As paredes eram grossas, ela estava presa, presa! Um homem no quadro olhava-a de dentro dos bigodes e os seios da tia podiam derramar-se sobre ela, em gordura dissolvida. Empurrou a porta pesada e fugiu."(Perto do coração selvagem)
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