Estou debaixo do Cristo
E estou tão triste
Queria que isto fosse um dístico
Mas o poema insiste
Uma quadra? Tampouco
Cinco versos ainda é pouco
Já estou no sétimo e nada disse
No oitavo, algo em mim desiste
Estou debaixo do Cristo
E estou tão triste
20/05/2011, na Lagoa Rodrigo de Freitas
The uninhabitable earth
Há 7 horas
3 comentários:
ótimo, otávio!
me lembrei do poema do gullar...
Na Lagoa
A cidade
debruçada sobre
seus afazeres surda
de rock
não sabe ainda
que a garça
voltou.
Faz pouco, longe
daqui entre aves
lacustres a notícia
correu: a lagoa
rodrigo de freitas
está assim de tainhas!
– oba, vamos lá
dar o ar
de nossa graça,
disse a garça
e veio:
desceu
do céu azul
sobre uma pedra
do aterro
a branca filha das lagoas
e está lá agora
real e implausível
como o poema
que o gullar não consegue escrever.
abç.
gostei bastante também!
rp
Tem dias que a gente escreve, escreve e nada parece fazer sentido! Já passei por isso!
Bom passar por aqui!
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