domingo, 9 de dezembro de 2007

Fraca carne

Até quando um homem pode escrever sem que seu braço se quebre de um só golpe? pois se um homem não é nem homem até que prove o contrário. E se perguntam o que houve, querem fatos brutos, como se fosse possível dizer que se foi despedido toda vez que uma coisa dói na gente, como se aqui dentro não houvesse uma mulher louca querendo ferir os visitantes, uma pobre louca de mãos em riste. Um jeito de voar pra baixo até quebrar os ossos da cara. Este eterno caco de vidro no olhar. E outras marcas de nascença adquiridas com o tempo. Talvez se o sol não se pusesse tanto aqui nos ombros, não molhasse tudo quanto se vê. Mas o vazio, não aquele que fica aqui deste lado sabe, o vazio, o vazio mesmo, não existe, sempre sobra um medo, um medo de que não sobre nada. E nada se sabe da morte, a não ser que o sol pára de se pôr e que os ombros se encostam nos joelhos, como se quisessem esconder todo o desejo que pulsou nos órgãos ou conter o fluido que brotou da pele. Tirando isso, eu vou bem, e você?

2 comentários:

vrmart disse...

boa ... gostei
valdinéli

Otávio disse...

é.. viu o requerimento em 30 linhas no final da página?..