domingo, 19 de outubro de 2008

Você diz

Pouco me importam, você diz
As suas manias, suas opiniões
Seu jeito torto de estar no mundo
Pouco me importa
Sua ética profissional
Seu ateísmo metodológico
Sua consciência de classe
Por que haveria de me importar?
Sua opção preferencial pelos pobres
Seus ataques apaixonados
Seu humanismo barato
Seu voto em branco
Sua voz alterada
Pouco me importa a sua solidão
O seu som, a sua fúria
E esta pressa de viver
Pouco se me dá
O seu disco do Belchior
O seu livro preferido
Sua crise existencial
A sua falsa modéstia
Sua timidez, pouco me importa
A sua pena de si mesmo
Suas mágoas, remorsos
As suas próprias razões
Ou em quantas línguas
Você sabe dizer eu te amo
Porque, baby, I don't care.

7 comentários:

Mariana Botelho disse...

se me permite dizer: duvido... rsrsrs

V R L disse...

hehehe o começo deste livro (Memórias do subsolo) é como uma droga com poder de vício gigantesco... nao é? E quando ele começa a falar de vingança? Muito legal!!!
Bom, no meu caso, por enquanto, me dói mais o cérebro e o coração... o fígado fica à mostra pq, qdo eu bebo ou me excedo com qquer coisa, escrevo mais ... talvez pra fazer a dor passar? Nem sei.
Sei que da mesma forma q vem, vai.

abraço

Cris Medeiros disse...

Gostei! Lindo poema!

Beijocas

Iriene Borges disse...

Concordo com a moça: "duvido"!!

Beijos

Anônimo disse...

Pouco me importa esse seu poema bem escrito

Jana Lauxen disse...

Me obrigo a concordar com as meninas aí de cima: se não importasse, não virava um poema.
E dos mais lindos, ainda por cima.

Abraços
:)

Anônimo disse...

Por que elas duvidam tanto de ti?