Para quem ainda acredite na verdade global do mito Graciliano Ramos, a leitura das suas cartas de amor à noiva, Heloísa Medeiros, há de ser no mínimo desconcertante. O derramamento sentimental delas obedece ao pé da letra os cânones tradicionais da epistolografia do amor-paixão, a qual costuma ser tanto mais hiperbólica nos seus arroubos quanto casta nos seus propósitos confessos. (...) Embora as cartas de resposta de Heloísa nunca tenham sido publicadas, as referências que lhe faz seu apaixonado missivista dão a entender ter havido nelas uma reserva, um comedimento totalmente nos antípodas do arrebatamento dele. (...) Nisso, e em outros particulares, as missivas de Graciliano a Heloísa ilustram à maravilha alguns dos principais lugares-comuns da retórica amorosa.
José Paulo Paes
Um comentário:
pois é, todo mundo fica bestão quando tá apaixonado... rsrs
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