Não quero mudar você

nem mostrar novos mundos

pois eu, meu amor, acho graça até mesmo em clichês.

Adoro esse olhar blasé

que não só já viu quase tudo

mas acha tudo tão déjà vu mesmo antes de ver.

Só proponho
alimentar seu tédio.

Para tanto, exponho
a minha admiração.

Você em troca cede o
seu olhar sem sonhos

à minha contemplação:

aí eu componho uma nova canção

Adoro, sei lá por que, esse olhar
meio escudo

:
...que em vez de meu álcool forte pede água Perrier, que em vez de qualquer álcool forte pede água Perrier, que não quer o meu álcool forte e sim água Perrier
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Água Perrier, poema de Antonio Cicero,
musicado por Adriana Calcanhotto...
Ilustrado por este que escreve.